quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sustentabilidade e Rio + 20


Inicia-se hoje a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, o RIO+20. Representações diplomáticas e chefes de Estado de diversas nações do globo se endereçarão ao Rio de Janeiro para discutir alternativas que permitam conciliar progresso econômico e equilíbrio ambiental. Sustentabilidade é a palavra de ordem do momento.

Em um mundo onde paira a ameaça de um colapso financeiro sistêmico, frear o ritmo de prosperidade de países em rápida expansão de suas economias é algo inaceitável para autoridades de muitos governos, já que consideráveis parcelas de famigerados ascenderam à classe média. Vejamos o caso da China: a renda da população deste país asiático aumentou de forma substancial nas últimas duas décadas. E como sabemos, há aproximadamente 1,3 bilhões de bocas para se alimentarem e se vestirem por lá, sendo um mercado consumidor que oferece largas vantagens ($) aos homens de negócios. Além disso, a combinação de fatores como falta de plano de previdência pública, carga tributária baixa e moeda desvalorizada fizeram com que inúmeras empresas ocidentais  realizassem investimentos pesados naquele país. O desemprego caiu e as famílias chinesas passaram a consumir mais alimentos e bens de consumo duráveis como automóveis, por exemplo. Isso estimulou o mercado mundial de commodities do setor agrário e também cresceu a demanda por petróleo de regiões produtoras. 

A necessidade crescente por soja e celulose fez com que as fronteiras agrícolas no Brasil, a título de informação, avançassem sobre áreas de proteção ambiental, causando notáveis danos aos biomas regionais. Diante desta realidade, é previsível que China, ao coro de outros países, não adotem a maior parte das recomendações do documento que será produzido ao final deste encontro.

Sabemos que a China é um fenômeno econômico recente e que os problemas ambientais ditam desde o início do século XIX. É injusto penalizar ela e os emergentes "do sul" em um contexto de estagnação do "mundo rico" euro/norte-americano, uma vez que foram regiões "do norte" que deflagraram todas estas desordens. O planeta não suporta o atual ritmo predatório de exploração de seus recursos não renováveis.

A tecnologia que temos na atualidade nos permite superar o uso de combustíveis fósseis. Vale ressaltar que é o gás hidrogênio que levam nossas espaçonaves à órbita terrestre. Porém o lobby de companhias petrolíferas é muito forte e os Estados arrecadam bilhões de dólares em tributação.

A mensagem que fica é: Quando a natureza nos mandará a conta? Espero que não estejamos mais aqui quando ela mandar a conta.

Nenhum comentário: