domingo, 10 de junho de 2012

Internacional: Do outro lado do Atlântico...a dor de cabeça dos governos europeus.


A situação da Espanha é deveras preocupante. Seu sistema bancário ameaça colapsar, exigindo uma pesada intervenção estatal para se evitar a falência de grandes instituições financeiras. Há alguns dias, o governo injetou 19 bilhões de Euros em seu terceiro maior banco, o Bankia. Neste sábado, Madrid oficializou um pedido ao EuroGrupo de um crédito de até 100 bilhões de Euros, o que exigirá do uma série de ajustes fiscais que penalizarão os espanhóis ainda mais, já que os mesmos sofrem com a estagnação econômica e altíssimos índices de desemprego. Este é um dos países com maior taxa de desemprego da região, de aproximadamente 25% da população economicamente ativa. 

O receituário recomendado é amargo e é o mesmo aplicado no Brasil na década de 1990. Para se reduzir a relação dívida/PIB, os credores exigirão cortes de gastos e aumento de impostos como garantias de que os empréstimos serão honrados, obrigando o Estado a reduzir investimentos para melhoria da qualidade e ampliação dos serviços públicos ofertados. Porém, ignoram os economistas do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) que esta relação também pode ser reduzida por meio de políticas de fomento ao desenvolvimento da atividade industrial, já que economia aquecida elevam as arrecadações fiscais e reduzem as tensões sociais com aumento de contratações.

E no que se refere à Grécia, a agência de Classificação de Riscos Mood's disparou: se sair da Comunidade Européia, este bloco estará em xeque, obrigando a instituição a rever todas as notas das dívidas públicas do Mercado Comum, incluindo as de Estados com triplo A, que somente economias sólidas e confiáveis ostentam. Se isto acontecer, o rating de países como Alemanha, França, Finlândia, Luxemburgo e Países Baixos seriam revistos para baixo.

Esta crise européia não atingiu seu ápice. 

Na crise de 1929, a maior do capitalismo, os países saíram da crise aumentando investimentos públicos como forma de reduzir o desemprego e estimular o consumo e a produção da indústrias, a exemplo dos EUA com o famoso New Deal, projetado pelo economista britânico Maynard Keynes. Na atual, deve-se abdicar de qualquer possibilidade de endividamento. A crise começou no sistema financeiro, se alastrou pelo setor produtivo e obrigou governos a injetarem somas altíssimas de recurso para se tentar sanar os problemas, endividando-se. Quem paga a conta? O povo.

Raoul Paul, ex-gestor de fundos de risco na GLC Partners e na Goldman Sachs e fundador da Global Macro Investor, lançou recentemente livro The End Game (o fim do jogo) que traz previsões sombrias para o futuro:

A global banking collapse and massive defaults would bring about the biggest economic shock the world has ever seen.  No trade finance, no shipping finance, no finance for farmers, no leasing, no bond market, no nothing…

Vamos ver se a profecia Maia se cumpre...


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