sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fui num baile em Assunción...capital do Paraguai...

O presidente Fernando Lugo foi destituído hoje à tarde da presidência do Paraguai por votação esmagadora no Congresso Nacional. E a reação internacional já começou. Há até uma suposta ameaça de expulsão do país do bloco econômico Mercosul por violação da cláusula democrática. Ainda não estão claras as causas que levaram o parlamento daquele país a fazer tal ato. A nação tem um histórico considerável de golpes de Estado e de ditaduras sanguinárias implantadas pelas Forças Armadas, dentre as quais de Alfredo Stroessner, de tristíssima memória, onde milhares de pessoas morreram, 'desapareceram' ou foram presas. A informalidade de sua economia é alta, somando-se aos índices elevados de pobreza extrema. Infelizmente estas parecem ser as chagas mais profundas dos países da América Latina, com algumas poucas exceções. 

Fazendo uma análise mais complexa e geral do fato em questão, partamos para uma observação histórica: notamos que após o processo de rompimento da teia de colonização exploratória das potências européias no continente americano, os países da América não superaram ainda o peso de seu passado 'de sangue'. Não há estabilidade política e o reflexo disso é o afastamento de qualquer possibilidade de investimentos externos em setores produtivos de suas economias, o que contribuiria bastante para reduzir os altíssimos índices de desemprego, elevariam as receitas tributárias e, se bem aplicadas, poderiam melhorar suas infra-estruturas físicas, aumentando assim a competitividade a nível de mercado global. A postura nacionalista exacerbada de alguns chefes de estado da região também contribui para este cenário. Outro exemplo a se lamentar é a Bolívia, que expropria empresas multinacionais sem antes pensar em uma política industrial que reduza a dependência de capital externo. Argentina, de Cristina Kirchnner, expropriou a Repsol sem indenizar a empresa petrolífera da Espanha. 

O socialismo bolivariano de Chávez vocifera contra o imperialismo yankee distorcendo o pensamento de vultos do passado, como Bolívar (que não tinha um projeto nem um pouco socialista) e cultuando ícones envelhecidos de doutrinas socioeconômicas falidas, como a da revolucionária Cuba, governada pelos irmãos Castro.

Um exemplo de superação destes 'estigmas do tempo' é o Chile, que é considerado um dos países mais atrativos para investimentos estrangeiros e que tem uma das maiores rendas per capita, graças à fortaleza de suas instituições democráticas aliadas a boas reformas econômicas que dão substrato para margens de crescimento consideráveis em seu Produto Interno Bruto. Também é um dos que mais investem em educação.

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